segunda-feira, 25 de maio de 2009

701- A




Batuque




Batuque era uma dança que compunha um ritual de fertilidade, que veio para o Brasil no período colonial junto com os negros africanos.
Nessa época, os portugueses consideravam batuque qualquer tipo de dança praticada pela comunidade negra. Na região Norte, o Batuque enraizou-se principalmente no Pará e no Amazonas, onde a palavra "batuque" também serve para designar práticas religiosas afro-brasileiras.

Hoje, no Rio Grande do Sul, o batuque é conhecido como uma cerimônia religiosa muito semelhante ao candomblé baiano ou a macumba carioca e paulista. Já no estado de São Paulo é dança de terreiro, onde estão presentes os membranofônicos: tambu, quinjengue ou mulemba, e os idiofônios: matraca e guaiá. A região batuqueira paulista localiza-se no vale do Médio Tietê, abrangendo alguns municípios como Tietê, Porto Feliz, Laranjal, Pereiras, Capivari, Botucatu, Piracicaba, Limeira, Rio Claro, São Pedro, Itu, Tatuí. Em Campinas era chamado caiumba, segundo registros de Carlos Gomes.

Em Botucatu, até 1920 havia os batuques no Largo do Rosário, no dia 13 de maio. Em São Carlos ficaram famosos os batuques do Cinzeiro, o bairro da Bola Preta, por causa da população negra e pobre que ali residia.


COMO É A DANÇA?
Dança de terreiro com dançadores de ambos os sexos, organizados em duas fileiras. Estão separadas uma da outra cerca de 10 a 15 metros, espaço no qual dançam.
A coreografia apresenta passos com nomes específicos: "visagens" ou "micagens", "peão parado" ou "corrupio", "garranchê", "vênia", "leva-e-traz" ou "cã-cã". Os passos são executados por pares soltos que, saindo em fileiras, circulam livremente pelo terreiro. Mas, o elemento principal da coreografia é a "umbigada", ou seja, quando o ventre da mulher bate à altura do ventre do homem. Os dançadores dão passos laterais arrastados, depois levantam os braços e, batendo palmas acima da cabeça, inclinam o corpo para trás e dão vigorosas batidas com os ventres. Esse gesto é repetido ao fim de todos os passos. No batuque não há batidas de pés e um batuqueiro não dança sempre com a mesma batuqueira. Após três umbigadas procura batucar com outra.
No encerramento do batuque a dança saideira é o "leva-e-traz". O cavalheiro faz vênia, não dá "batidas" ou umbigadas, vai levar a dama no seu lugar inicial.
Um batuqueiro "modista" faz "poesia" ou "décima". Outras vezes, cantando em determinada "linha", em dado momento quanto os demais encontram uma boa trova, "suspendem o ponto" e começam a repetir aquela quadra ou "linhada dupla de versos". A consulta coletiva é finda quando "levantam o ponto" ou "sustentam", isto é, quando começam a repetir a melodia e palavras. A consulta coletiva é sempre feita em frente do instrumento fundamental do batuque, que é o tambu. O grupo de homens é levado pelo "modista" até onde estão as mulheres. Essas aprendem logo a melodia e palavras. Quando "afirmam o ponto", ou seja, decoram, repetindo texto e música, o primeiro a dar umbigada é o "modista'. Os demais batuqueiros começam a dançar. Dão umbigadas sempre presos ao ritmo do tambu. Quinjengue e matraca são tocados freneticamente. Os batuqueiros dão três umbigadas, voltando aos seus lugares primitivos. Agora são as mulheres que vêm onde estão os homens para dar umbigadas. Um ponto é cantado e dançado durante 10 a 20 minutos.


Como é uma dança ritual de procriação, não é permitido que o pai dance com a filha, porque é 'falta de respeito dar umbigada", então executam movimentos que nos fazem lembrar a coreografia da "grande chaîne" (grande corrente) do bailado clássico.
É pecado dançar nos seguintes casos: pai com filha, padrinho com afilhada, compadre com comadre, madrinha com afilhado, avó com neto ou batuqueiro jovem. Se, por descuido, um batuqueiro bate uma umbigada na afilhada, essa lhe diz:
-"A bênção padrinho!".
O padrinho então vem lhe dando as mãos alternadamente até perto da fileira onde estão os batuqueiros, sem batucar.

Segundo a descrição de Alfredo Sarmento, em Luanda e outros distritos de Angola, "o batuque consiste também num círculo formado pelos dançadores, indo para o meio um preto ou preta, que, depois de executar vários passos, vai dar uma umbigada, a que chamam de "semba", na pessoa que escolhe, a qual vai para o meio do círculo, substituindo-o".
Foi essa umbigada ou "semba" de onde provavelmente se originou o termo "samba", de início tomado como sinônimo de batuque. Nos primeiros tempos da escravidão, a dança profana dos negros escravos era o similar perfeito do primitivo batuque africano, descrito pelos viajantes e etnógrafos.

Batuque e samba tornaram-se dois termos generalizados para designar a dança profana dos negros, no Brasil. Mas, em outros pontos, tomavam designações regionais, por influência desta ou daquela tribo negra, que forneceu um maior contingente de escravos a esses pontos.


INSTRUMENTOS MUSICAIS

Os instrumentos musicais são todos de percussão: Tambu, Quinjengue, Matraca e Guaiá ou chocalho. O Tambu é um tambor medindo cerca de metro e meio de comprimento, feito de tronco de árvore, recoberto numa das extremidades com couro de boi; o Quinjengue é tambor menor, afunilado, feito nos moldes do Tambu; a Matraca consiste em dois pedaços de madeira que percutem no corpo do Tambu; o Guaiá é um chocalho duplo, em forma de cones, feitos de folha-de-flandes e recheados com sementes ou pedaços de chumbo. A afinação dos tambores é obtida por aquecimento do couro em fogueira que preside toda a dança. O tocador do Tambu monta sobre o instrumento e bate no couro com as mãos espalmadas; O Quinjengue fica apoiado no Tambu e fixo entre as pernas do tocador, que inclina e percute o couro também com as mãos; na parte posterior do Tambu fica o tocador de Matraca, agachado ou encurvado, batendo com os paus no corpo desse tambor; o Guaiá geralmente circula entre os cantores.


A música compreende as "modinhas" e as "carreiras". As primeiras são constituídas por versos que aludem a assuntos variados. Constituem a parte musical propriamente dita. As carreiras são cantigas de desafio, entoadas com acompanhamento apenas do Guaiá, pois ocupam o tempo em que os tambores estão sendo afinados ao pé do fogo. Nelas há a observância de linhas, isto é, rimas poéticas com terminações obrigatórias. Subdividem-se em "com fundamento" e "sem fundamento". As primeiras propõe adivinhações à semelhança dos "pontos" do Jongo e do Caxambu; as segundas desobrigam os cantadores do uso de metáforas.
Não há indumentária específica: são exigidos apenas saia rodada e lenço amarrado à cabeça das mulheres.



BATUQUE NA AMAZÔNIA


O Batuque Amazônico trata-se de uma homenagem à "cabocla Jurema", entidade bastante conhecida dos praticantes da Umbanda e demais cultos afro-brasileiros que, segundo os estudiosos, faz parte da mesma "linha" ou “falange” de São Jorge, santo católico que tem o guerreiro Ogum como correspondente, de acordo com o sincretismo religioso. Segundo as lendas, a cabocla Jurema habita cidades existentes no fundo das águas e tem a lua nova como período predileto para realizar seus trabalhos de encantamentos.
A dança folclórica em homenagem à Jurema começa com uma invocação à entidade entoada pelos componentes do grupo folclórico pedindo proteção para toda a Amazônia, região intimamente relacionada à Jurema devido à abundância do elemento água.
O Batuque Amazônico é desenvolvido por casais de dançarinos. As moças usam blusa confeccionada em cambraia que acompanha a saia branca rodada com detalhes amarelos. Na cabeça, um turbante característico dos cultos afro-brasileiros é usado. Os dançarinos apresentam-se sem camisa, usando apenas calças brancas e muitos colares feitos com contas. Como a maioria das danças folclóricas da região, não se usa sapatos no Batuque Amazônico.

701- B


CIRANDA

Quando fala-se em Ciranda, as pessoas já associam a palavra a uma dança de roda e a infância. Realmente, reconhecemos na Ciranda a lembrança de uma brincadeira muito gostosa, um pedaço de alguma coisa lá dentro que é muito nossa e quando ela chega, giramos ao sabor destas lembranças...

Mas a Ciranda não é só divertimento de crianças, é também uma dança de roda de adultos, de origem portuguesa, que apareceu no litoral norte de Pernambuco e que parece ter sido adaptada e recriada pelas mulheres dos pescadores que esperavam o retorno de sue maridos, cantando e dançando. Os passos, envolvidos por canções suaves e melódicas que lembram mantas populares, imitam os movimentos do oceano e parecem ser embalados por suas ondas.

É dançada em círculos, que, geralmente, giram somente para um lado. Se a roda gira para a esquerda, coloca-se o pé esquerdo atrás e à frente. Em seguida, o direito dá um pulino ou avança para o lado, complementando o passo. Mesmo com a dança apresentando passos característicos como a onda, o saci, a espuma, a marola, o ciscadinho e a concha ou vírgula, dentre outros, são infinitas as possibilidades de improvisação. O mestre ou a mestra improvisam algum refrão e são acompanhados pelos demais dançarinos, que o repetem e criam mais movimentos.

Uma das cirandeiras de Pernambuco muito conhecida é a Lia de Itamaracá. Segundo ela, "a ciranda acompanha as ondas do mar, sempre com o pé esquerdo".

A Ciranda surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte deste Estado.


Ciranda é uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Tanto na hora de entrar como na hora de sair, a pessoa pode fazê-lo sem o menor problema. Quando a roda atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outra menor no interior da roda maior. A música é executada por um grupo denominado “terno”, colocado no centro da roda, tocando instrumentos de percussão (bumbo,tarol, caixa, ganzá) e de sopro (pistons e trambone). As canções são tiradas pelo mestre-cirandeiro e respondida pelo coro dos demais, têm temáticas que refletem a experiência da vida: na zona cafeeira canta-se o engenho, o eito, a safra; na zona litorânea, os coqueiros, as praias, as canoas, os pescadores, as sereias, o vento; o amor, porém, é tema constante, sob várias formas: moça, beijo, casamento, abraço, “cheiro”, etc.

Não possui calendário fixo: é dança de um tempo ou dia qualquer. E vista por ocasião de casamentos, batizados e festas em geral.


A coreografia é feita de acordo com os versos cantados que narram o lazer, o trabalho na agricultura, caça, pesca e outras atividades que se desenvolvem na região. E dançado sempre em círculo. Para o acompanhamento musical, são utilizados instrumentos de pau, de corda e de sopro como: Curimbós, maracás, ganzás, banjos, cacetes e flautas.

A indumentária da Ciranda do Norte caracteriza a moda da época, as classes de baixa renda, onde as mulheres usavam blusa geralmente com babados e mangas soltas, com saias rodadas, estampadas abaixo do joelho e anáguas de renda e os homens usavam camisas estampadas sociais combinando com a saia da dama e calça preta, branca ou azul mescla. Ambos dançam de Chapéu de palha de abas curtas e sapatilhas artesanais ou descalços.

O conjunto obedece a mesma roupa dos homens com estampas diferentes. O caçador se veste com camisa lisa social, calça preta, bota. Chapéu de palha e espingarda.

O carão (em forma de cordão de pássaro, onde à frente eles levam o carão, que está presente na letra da música) apresenta roupa específica ao pássaro, com plumagens e pedras que dão realce a sua vestimenta.


701- C

AS PASTORINHAS



Entre os bailados folclóricos do Ciclo Natalino da Amazônia, podemos citar o das PASTORINHAS. Esse é o único cujos componentes são em geral compostos por moças. Foi introduzida no Brasil no século XVI, pelos jesuítas, que para catequizarem os índios, elaboravam verdadeiras peças teatrais de representação do nascimento de Jesus.
Nossos índios, acostumados com seus ritos, que eram realizados em cada momento que julgavam importantes em suas vidas, identificaram-se com estes eventos, pois eles eram constituídos de representaçmposta de instrumentos da época. As primeiras melodias pastoris brasileiras não eram de caráter folclórico, mas hinos religiosos adaptados para exibições públicas. Com o tempo, os instrumentos foram sendo substituídos por outros de origem eminentemente popular e as melodias, antes religiosas, deram lugar às profanas.
Hoje, as Pastorinhas são acompanhadas de uma bandinha composta de violão, pandeiro, bombo e clariões dramáticas muito coloridas, movimentadas, com muitas danças e cantos.
Nessa época, os bailados pastoris aconteciam sempre à noite, após novenas solenes, que reunia todas as autorid
esiásticas, políticas e o povo, que tinha nesse acontecimento, o mais importante do ano.
Toda a apresentação era inspirada nos autos da natividade e realizada em frente a um grande presépio, todo ornamentado, cujo ponto principal era a imagem do Menino Jesus.
Comandadas por uma mestra e uma contramestra, cantando e exaltando
Alas, acompanhava os cânticos uma banda conete. As
Pastor Guia, Pastor Divino, Mestra, Contramestra, Diana, Borboleta, Portuguesa, Espanhola, Anjo Gabriel, Sabina, Cão, Ceifiera, Gentileza, Rosa, Sucena, Flora, Florista, Libertina,o nome do Menino Jesus.
Perdida, Pequenina, Cigana e Saloia e a ensaiata que supervisiona a festa e prepara a saída e entrada de cada brincante.
O primeiro personagem a entrar no palco é o Pastor Guia que inicia a festa cantando:

"Sou o Pastor Guia, que alegre venho, acordo cedo e vou para as campinas, eu vou juntar meu lindo rebanho, que é dos maiores; sou eu o Pastor Guia, que venho anunciar: eu trago as minhas ovelhas que é para elas não se debandar."
Foi mantida na narração a linguagem em versão original, assim como as cores correspondentes à cada personagem:


Anjo - vermelho Gentileza - azul
Pastor Guia- vermelho Açucena - azul
Mestra - vermelho Ceifeira - azul
Diana - vermelho Sabina - azul
Saloia - vermelho Florista - azul
Hora - vermelho Libertina - azul
Jardineira - vermelho Pastor Guia - azul
Galego - vermelho Contramestra - azul
Cigana rica - vermelho Borboleta - azul
Diabo - vermelho e preto Pequenina - azul
Rosa - vermelho Galega - azul
Baiana - vermelho Cigana - azul
Camponesa - vermelho Perdida - azul
Estrela - azul


PASTOR DIVINO
Sou pastor divino
Das montanhas de Belém
Eu venho rever ao mundo Jesus
Para o nosso bem (bis)
ANJO GABRIEL

Acordem belas pastoras,
Acordem com todo amor,
Que em Belém foi nascido
Jesus para nos salvar.

PASTORAS

Que vozes são estas
Que vêm despertar.

ANJO

É o anjo do Senhor que vem anunciar
O nascimento de Cristo, que vem nos salvar;
Vão pastoras, vão com alegria
Anunciar o nascimento de Jesus.

PERDIDA

Perdida meu Deus, perdida delas estou.
Eu não sei aonde as pastoras estão.
Todas de mim se esconderam;
Chamei, tornei a chamar,
Mas nenhuma me respondeu.
Eu vim cumprir minha sina,
A sina que Deus me deu.

CHAMADA DAS PASTORAS

Longe, longe das campinasMeia noite deu sinal que Jesus nasceu
na cidade de Judá.
Pastoras já é tempo de fazer nossa jornada
Que a noite vai surgindo,
Vai rompendo a madrugada

Madrugada lá, lá, lá (bis)


Em Pernambuco do Auto pastoril faz parte uma figura curiosa: o Velho. Cabe a ele, com suas largas calças, seus paletós alambasados, seus folgadíssimos colarinhos, seus ditos, piadas, anedotas e canções obscenas, animar o espetáculo, mexendo com as pastoras, que formam dois grupos: o cordão encarnado e o cordão azul.
O Velho também tira pilhérias com os espectadores, inclusive recebendo dinheiro para dar os famosos “bailes” - descomposturas - em pessoas indicadas como alvo. “Bailes” que muitas vezes, em outros tempos, terminavam em charivari, ao qual não faltava a presença de punhais e pistolas. O Velho se encarrega ainda de comandar os “leilões”, ofertando rosas e cravos, que recebem lances cada vez maiores, em benefício das pastoras, que têm seus afeiçoados e torcedores.
Também nos Presépios encontram-se os dois cordões. O Encarnado, no qual figuram a Mestra, a1ª do Encarnado e a2ª do Encarnado, e o Azul, com a Contra-Mestra, a1ª do Azul e a2ª do Azul. Entre os dois cordões, como elemento neutro, moderando a exaltação dos torcedores e simpatizantes, baila a Diana, com seu vestido metade encarnado, metade azul.



Os pastoris praticamente desapareceram das
capitais e grandes cidades do Nordeste. Só nos bairros e povoados mais distantes e em algumas cidades do interior eles são vistos, mesmo assim sem as características que marcavam os velhos pastoris nordestinos, não deixando, no entanto, de cantar as jornadas do começo e do fim: a do Boa Noite e a da despedida.

701- D

BOI-BUMBÁ


O Boi-Bumbá é uma manifestação folclórica encontrada em quase todos os municípios paraenses. E é no mês de junho que são feitas as apresentações, ainda em sua formação original. É provável que a trama venha das estórias nascidas com o ciclo do gado, nos séculos XVII e XVIII, quando a vida girava em torno do boi e de sua criação.Conta-se que na Belém da segunda metade do século XIX, o Boi-Bumbá reunia negros escravos em um folguedo que misturava, ao ritmo forte, a representação de um motivo surpreendente para a época: a luta de classes dentro da sociedade colonial. O boi acabou se tornando uma das manifestações mais autênticas da cultura paraense. A estória encenada no Boi - Bumbá é quase sempre a mesma, com pequenas alterações. Um boi foi comprado para a festa de aniversário da esposa do fazendeiro. Quando o animal chegou, o feitor recebeu ordem para tratá-lo bem. Ao lado dessa fazenda morava uma família composta pelo pai Francisco, "Chico", sua mulher Catarina, seu compadre Casumba e mãe Guiomar. Mãe Catarina, grávida, desejava comer língua ou coração de um boi. Pai "Chico" então resolveu procurar um. O primeiro que encontrou matou. Só que, antes que mãe Catarina realizasse seu desejo, apareceu o dono do boi falando que o bicho era de estimação e que desejava seu boi vivo.Todos saíram à procura de um pajé para ressuscitar o boi. O pajé foi logo pedindo cachaça, defumação e tabaco. Sentou-se no seu banco, passou cachaça nos braços, acendeu um cigarro e abriu os trabalhos. Assim que o boi foi ressuscitado todos cantaram e dançaram. É aí que o animal começa a fazer investida contra as pessoas que assistem à encenação. A composição do elenco varia de grupo para grupo e de região para região. De um modo geral todos incluem ainda a moça branca filha do casal de fazendeiros, vaqueiros, cuzimbá (um preto velho), a maloca dos índios com seu chefe, o doutor curador, o padre e o tripa ( a pessoa que dança embaixo do boi).


A seguir os grupos de Boi-Bumbá encontrados em Belém:

Boi- Bumbá "Pingo de Ouro"
Fundado em 1969, tem 75 integrantes.
Surgiu da extinção do Boi- Bumbá "Arranca- Toco", da vila de Icoaraci, e pesquisa de outros grupos folclóricos que se exibiam à época na vila.


Boi- Bumbá "Pai da Malhada"
Fundado em 1935, tem 50 integrantes.
Surgiu no bairro da Sacramenta, onde pertencia a um senhor chamado "Zeca Praiano". Quando morreu, o grupo ficou sem liderança, tendo nessa época o Sr. José Rufino solicitado aos parentes do falecido, permissão para que usasse o nome de "Pai da Malhada". Inicialmente o grupo foi formado só com garotos na faixa de 6 a 14 anos. Depois sofreu algumas modificações, entraram os adultos, mas o boi nunca perdeu suas raízes culturais.


Boi- Bumbá "Caprichoso"
Fundado em 1947, tem 45 integrantes. O grupo folclórico "Caprichoso" foi fundado na ilha de Mosqueiro. Em 1964 instalou-se na cidade de Belém.


Boi- Bumbá "Tira- Fama"
Fundado em 1958, tem 50 integrantes. A idéia de colocar o "Tira-Fama" na rua surgiu da necessidade de lazer na comunidade do bairro do Guamá. Naquela época havia apenas o Boi- Bumbá " Machadinha ", sem estrutura para absorver todos os interessados em brincar a quadra junina. O Sr. Elias, mais conhecido como seu "Setenta", foi o responsável em congregar amigos e familiares para formar o "Tira- Fama".


Boi-Bumbá "Flor do Campo"
Fundado em 1960, tem 62 integrantes.
Foi trazido para Belém pelo Sr. Emílio da Paixão que resolveu trazer a público um Boi- Bumbá de sua autoria. Seu Emílio trouxe a experiência da ilha do Mosqueiro, a 60 km de Belém, onde participava do Boi- Bumbá "Pai do Campo".


Boi- Bumbá "Flor do Guamá"
Fundado em 1975, tem 50 integrantes.
O grupo folclórico "Flor do Guamá" começou com uma turma de crianças moradoras da passagem Caparari, no bairro do Guamá, em Belém. A brincadeira surgiu à base do improviso. As barricas foram feitas com latas de leite vazias e os pandeiros com latas de goiabada. A indumentária era de serrilha e folhas de açaizeiro, previamente pintadas para as apresentações.


Boi- Bumbá "Flor da Noite".
O grupo folclórico "Flor da Noite" foi fundado em 1982. Tem 30 integrantes. Surgiu no Guamá durante a quadra junina. Como na época só existiam três grupos folclóricos, o senhor Álvaro de Souza resolveu formar uma brincadeira que viesse atender à carência de lazer na área onde mora.



Boi- Bumbá "Estrela D´Alva"
O grupo folclórico "Estrela D´Alva", fundado em 1963, tem 48 integrantes. Surgiu quando o Sr. Solino Gonçalves, do bairro do Guamá, reuniu um grupo de garotos em sua casa para organizar a brincadeira. Foi confeccionado um modesto Boi com latas e caixas de madeira e os instrumentos foram improvisados. O nome "Estrela D´Alva" foi dado em homenagem à sua filha D´Alva.




702- A

Dança dos Mascarados



É uma dança folclórica regional típica da cidade de Poconé, região pantaneira de Mato Grosso. Sua origem, controversa, está ligada a misturas tanto da contradança européia — influência dos colonizadores espanhóis e portugueses — quanto das tradições indígenas locais com ritmos negros. É parte das comemorações da Festa do Divino Espírito Santo e de São Benedito.


A dança é executada exclusivamente por homens, em pares de 8 a 14 pessoas. Os trajes masculinos representam os galãs e os trajes femininos representam as damas. O marcante tem a função de conduzir a dança, e os balizas de segurar o mastro com fitas coloridas e a bandeira de São Benedito.


702- B

Siriri




É uma dança folclórica da região Centro-Oeste do Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), e faz parte das festas tradicionais e
festejos religiosos. A dança lembra as brincadeiras indígenas, com ritmo e expressão hispano-lusitana. Pode ser comparado com o fandango do litoral brasileiro. A música fala das coisas da vida de forma simples e alegre. Como instrumentos musicais, acompanham a viola de cocho, o cracacha (ganzá) e o mocho ou tamboril. A origem do termo siriri é incerta. Para alguns estudiosos vem da palavra otiriri, que designa um entremez do século XVIII, em Portugal. Outros acreditam expressar um tipo de cupins de asas. A expressão corporal e a coreografia transmitem o respeito e o culto à amizade, por isso é conhecido como dança mensagem. É praticada por crianças, homens e mulheres especialmente nos seguintes lugares:


Mato Grosso: nas cidades e na zona rural da baixada cuiabana (caracterizada por 13 municípios: Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Santo Antônio de Leverger, Barão de Melgaço, Acorizal, Rosário Oeste, Barra do Bugres, Jangada, Nobres, Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia), além do Pantanal norte.


Mato Grosso do Sul: cidades do Pantanal Sul: Corumbá, Aquidauana e Miranda.


702- C

DANÇA DO CAMALEÃO.

Esta dança foi pesquisada e colhida nos municípios paraibanos de Taperoá, Santa Luzia e Pombal, pelos próprios integrantes do Grupo Folclórico do SESC, na época de sua criação, no final dos anos 60.

Faz alusão ao lagarto conhecido como camaleão que muda de cor de acordo com a época/tempo, espécie muito comum nas regiões citadas, que por ser de cor das folhagens das plantações (milho, feijão e outros), passa a ser confudido com as folhas.O camaleão tem como principal defesa a cauda que usa para chicotear quem o ataca. Foi no gesto de girar usando a cauda que as pessoas vendo, adaptaram para a dança.Com os passos da chula e alusão ao lagarto, a coreografia do giro com o pulo, foi criada/adaptada baseada na cauda do camaleão, que ao usa-la para se defender, chicoteia o ar dando um pulo.Fonte:
http://folclore.pb.sesc.com.br/curiosidades.html

Camaleão (AM) - é dança de pares soltos que desenvolvem coreografia constituída por sete diferentes passos, chamados jornadas. Organizados em duas fileiras, homens e mulheres executam passos laterais de deslize, vênias entre os pares, palmas na mão do parceiro, troca de lugares, sapateados rítmicos, requebrados, palmeados das mulheres e dos homens entre si, terminando com o passo inicial. O conjunto musical é formado por viola, cavaquinho, rabeca e violão. Nessa dança usa-se indumentárias específica inspirada “no tempo do império”: os homens trajam fraque de abas, colete, culotes, meias brancaslongas, sapato preto afivelado, gravata pomposa; as mulheres trajam saias longas rodadas,
blusas soltas, meias brancas, sapatos afivelados.

O camaleão, segundo definição de Lúcia Maciel, integrante de Os Cariris, é uma dança que imita a coreografia que faz o animal que leva este nome, quando se prepara para se defender de um predador. O grupo antigo o dançava ao redor de fogueiras, mantendo a tradição das danças originais, as quadrilhas americanas e francesas, introduzidas no Brasil por diversas etnias européias. Atualmente, Os Cariris é formado por 38 dançarinos, situados na faixa etária dos 13 aos 40 anos e domina um repertório incontável de danças.

702- D


Vilão de Lenço:





Dança realizada no salão, onde são exigidas movimentos rápidos e de grande coordenação neuro-muscular. Dela participam quantos pares o local comportar, porém sempre número par de pares. Consiste em fazer evoluções com as fitas abertas e fechadas, dando um colorido e uma alegria característica do fandango. O vilào brasileiro deve Ter originado no Vilão português, que significava “morador da vila” ou “camponês”. O vilão era considerado “dança miúda ou contra dança”, e era a única dança miúda executada sem cantar os versos; onde realizava-se com a participação só de homens ou só de mulheres.
Atualmente tomam parte homens e mulheres, permanecendo uma auxência de contato. O vilão de lenço é dançado com o acompanhamento de uma viola, sem canto, executado em duas colunas ou fileiras, onde os pares eguram a ponta do lenço e com os braços elevados, formam arcos sob os quais todos passam. Os homens rufam os pés em pateo lento, e as mulheres fazem passos para um passo e outro. Há cumprimentos com reverência entre os cavalheiros e as damas, onde os barulhos dos pés silenciam-se. A passagem sob os lenços é feita em corridinha, os movimentos dos pares são simultâneos e sem interrupção. Os fatos de uns avançarem e outros recuarem, uns abaixarem os lenços e outros elevarem-nos, produzem um movimento ondulatório de grande efeito.
O violeiro rege a dança e é chamado de “mestre de fandango”. Em relação à execução do vilão de lenço em cada estado ou em cada cidade, percebe-se que há algumas particularidades e tem em alguns lugares, a mesma música e a mesma letra da cana-verde, só diferenciando desta pela coreografia.
O vilão de lenço ou de fita, também chamado de sapo, estava caindo em desuso, sendo encotnrado em poucos lugares, apesar de ser fácio e de grade efeito, enriquecido que é pela presença dos lenços coloridos. O maior interesse da dança está na ondulação desta peça, provocada pela movimentação dos dançarinos. Acreditamos que com a difusão que tem tido no ambiente escolar, venha a projetar-se como merece.